Resenha - A Pequena Livraria dos Corações Solitários (Annie Darling)
- Letícia Marques

- 14 de nov. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 1 de mai. de 2021
A autora britânica Annie Darling iniciou a série "A Livraria dos Corações Solitários" em 2016, encantando diversos leitores desde então. Agora, em 2020, finaliza o série com "Um beijo de inverno na Livraria dos Corações Solitários". Então, estaremos fazendo, com muito carinho, uma série de resenhas desses livros.
"Porque você, minha querida, mais do que qualquer outra pessoa, sabe que lugar mágico uma livraria pode ser, e sabe que todos precisam de um pouco de magia na vida."
O primeiro livro da série é "A Pequena Livraria dos Corações Solitários", publicado no Brasil desde 2017 pela Verus Editora (Grupo Editorial Record). Neste volume, temos um primeiro contato com todos os integrantes da livraria e passamos, no entanto, o foco está em Posy Morland.
Após a morte de Lavínia, ex-proprietária da loja, Posy herda a livraria, assim como a responsabilidade de fazê-la voltar a lucrar. Contudo, como se não fosse suficientemente difícil lidar com a perda de uma pessoa querida e a missão de salvar um empreendimento cheio de valor afetivo da falência, nossa protagonista precisará, ainda, lidar com Sebastian, neto de Lavínia e herdeiro dos demais prédios de Rochester Mews - rua em que se encontra a livraria.
Ao longo do livro, acompanhamos o processo de amadurecimento de Posy, assim como o desenvolvimento da sua autoconfiança. Afinal, ter que lidar com um adolescente pouco comunicativo em crise e um "sócio" controlador que, apesar das boas intenções, mais atrapalha do que ajuda exige medidas extremas. Aprender a aplicar um PPS (ponto, processar, seguir) quando der ordens, por exemplo, passou a ser algo fundamental.
A obra como um todo, aborda diversos assuntos complicados, como luto, insegurança, amadurecimento e sucesso profissional, mas sempre com muito bom humor e cenas hilárias. Prova disso são as discussões "Felizes Para Sempre" x "Adaga Sangrenta" que Posy e Sebastian nos proporcionam, essas capazes de constranger até as mais desinibida das funcionárias da livraria.
Por falar nisso, os demais funcionários da loja, assim como o irmão de Posy, Sam, são um diferencial gigantesco do livro, uma vez que, cada um com seu estilo de ser, completam-se de maneira encantadora. Pippa, responsável pela gestão de projetos da empresa de Sebanstian, também não deixa a desejar, presenteando-nos com ótimas lições e citações marcantes (só um personagem fictício para conseguir memorizar tantas frases motivacionais!).
"Não há tempo. - Pippa começava a soar muito estressada. - Como diz Paulo Coelho: 'Um dia você vai acordar e não haverá mais tempo para fazer as coisas que você sempre quis. Faça-as agora'."
De maneira geral, "A Pequena Livraria dos Corações Solitários" se trata de um romance sobre acreditar nos seus sonhos, mesmo quando eles parecem impossíveis. Com uma escrita super agradável e fluída, cheia de momentos dignos de uma boa gargalhada, é leitura obrigatória para todos que apreciam a mistura romance + livros.
Sendo assim, o veredito final é: Vale a pena ser lido por todos aqueles que acreditam (ou deixaram de acreditar) na beleza dos seus sonhos e na existência do amor e dos finais felizes.
ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA
Não temos, ainda, nenhuma adaptação para as telinhas/telonas desse livro tão fofo, nem mesmo previsão de produções. No entanto, como não podemos deixar nossos amigos cinéfilos a ver navios, eis aqui nossa sugestão:

Mens@gem para você (You've got mail), romance de 1998 da diretora Nora Ephron, apesar de contar com uma premissa diferente de "A Livraria dos Corações Solitários", trás muitos pontos de convergência. Dentre eles, temos a falência eminente da livraria da protagonista e uma pessoa (que acaba por se tornar par romântico depois de diversas trocas de farpas) com planos inovadores e, possivelmente, extremamente lucráveis, mais que acabariam com a essência da livraria.
Ps.: Se ainda não está convencido, imagine Tom Hanks e Meg Ryan compartilhando pensamentos, considerações e insultos entre si sem saber com quem estão, de fato, conversando.













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