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Resenha - O Alienista (Machado de Assis)

  • Foto do escritor: Letícia Marques
    Letícia Marques
  • 29 de mai. de 2021
  • 3 min de leitura

Leitura do Mês de Maio (2021) do AMAZONAS Clube de Leitura


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A edição utilizada na fotografia é da Antofágica Editora, de 2019.


"Médico, Simão Bacamarte passa a se interessar pela psiquiatria, iniciando um estudo sobre a loucura em Itaguaí, onde funda a Casa Verde - um típico hospício oitocentista -, arregimentando cobaias humanas para seus experimentos. O que se segue é uma história surpreendente e atual em seu debate sobre desvios e normalidade, loucura e razão. "


O Alienista, escrito por Machado de Assis e publicado pela primeira vez em 1882, é considerado um clássico da literatura brasileira, contando com diversas edições e republicações. E, é preciso admitir, tem razões para tal sucesso.


"Pobre moço!", pensou o alienista. E continuou consigo: "Trata-se de um caso de lesão cerebral; fenômeno sem gravidade, mas digno de estudo..."

Não é novidade que Machado de Assis era um grande escritor, com escrita envolvente ao mesmo tempo que crítica. Mesmo assim, O Alienista ainda consegue surpreender com seu humor crítico e atemporal.


Pode entrar no ânimo do governo eliminar a loucura? Não. E se o governo não a pode eliminar, está ao menos apto para discriminá-la, reconhecê-la? Também não, é matéria de ciência?

No famoso conto (ou novela, pela perspectiva de alguns críticos literários), acompanhamos o estudioso Simão Bacamarte nas veredas do estudo do comportamento humano e das "patologias da mente". O grande ponto da obra é que o estimado Dr. Bacamarte nunca está satisfeito, está sempre em busca de uma nova descoberta.


Tudo era loucura.

Ao longo da leitura o leitor passa a pensar "com a mente do alienista", de maneira que suas decisões acabam por se tornarem previsíveis, mas não menos dignas de nota e análise. Afinal, como saber o que é loucura e o que é apenas uma característica própria e excêntrica do indivíduo?


Seria a loucura o estado natural do homem e a falta dela a real patologia?


De toda forma, o estudo trata de um objeto coletivo, então ninguém pode ser excluído da criteriosa análise de Simão Bacamarte... ou pode?


Essas são perguntas que apenas a leitura de O Alienista pode responder, uma vez que partem da interpretação pessoal de cada leitor em relação aos incentivos e conclusões que Machado de Assis apresentou tão bem em sua obra. E preciso dizer, querido leitor, você não irá se arrepender!


ADAPTAÇÕES CINEMATOGRÁFICAS


O Alienista já foi adaptado duas vezes para o cinema.



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Em 1970, com a direção de Nelson Pereira Dos Santos, estreou o filme "Azyllo Muito Louco", um filme baseado na obra de Machado de Assis e que contava a história do padre Simão Bacamarte chega à pequena cidade de Serafim para investigar um certo fenômeno de loucura. Pela própria sinopse do longa-metragem é possível perceber as mudanças de narrativa, porém não se configura em um aspecto prejudicial à produção.


O elenco contava com Nildo Parente, como Simão Bacamarte, e Isabel Ribeiro, como D. Evarista.



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Já em 1993, foi apresentado o filme "O Alienista e As Aventuras de um Barnabé", dirigido por Guel Arraes e Roberto Farias. Com um elenco formado por nomes de peso, como Antonio Calloni, Milton Gonçalves, Marisa Orth e Marco Nanini, esta versão foi produzida pela Globo Vídeo. Ademais, é conhecida por ser mais fiel à história original.


"A história, que se passa no séc. XlX, retrata a burguesia hipócrita da época. O excêntrico Dr. Simão Bacamarte é um médico que irá desenvolver suas teorias a respeito do tratamento da loucura, conhecimento adquirido em sua estadia na Europa. A cidade fica à revelia deste homem que resolve, por sua conta e risco, julgar quais eram os loucos da cidade e quais os sãos."

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