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Indicação - A Metade Perdida (Brit Bennett)

  • Foto do escritor: Letícia Marques
    Letícia Marques
  • 10 de jul. de 2021
  • 2 min de leitura

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Quantas pessoas diferentes você pode ser em uma só vida? Quantos caminhos a serem trilhados podem surgir por uma única escolha? É possível ser alguém completamente diferente apenas por agir como se fosse?


Esses são alguns dos questionamentos que a escritora norte-americana Brit Bennett nos leva a refletir em "A metade perdida" (The Vanishing Half), obra publicada no Brasil pelo Clube Intrínsecos (editora Intrínseca) em março de 2021.


Na manhã em que uma das gêmeas desaparecidas retornou a Mallard, Lou Le Bon foi correndo até a lanchonete para contar a novidade e, até hoje, anos depois, todo mundo se lembra do choque ao vê-lo chegar escancarando as portas de vidro...

Em "A metade perdida", o leitor acompanha as irmãs Desiree e Stella Vignes desde sua fuga de sua cidade natal, Mallard. A cidade em questão foi criada em 1848, sob o princípio de ser "uma cidade para homens como ele [Alphonse Decuir, o fundador], que nunca seriam aceitos como brancos, mas que se recusavam a ser tratados como negros".


A narrativa se inicia com a volta de Desiree, anos depois, para casa. Esse momento desencadeia uma série de flashbacks que explicam os acontecimentos que levaram àquele momento, bem como os que ainda aconteceriam.


Afinal, quem poderia imaginar que a "gêmea problemática" seria a única a voltar para casa? Acredito que nem mesmo a própria Desiree esperava por isso quando insistiu para que Stella fugisse com ela. Acontece que Stella tinha seus próprios segredos e motivações, só precisava fugir e mentir uma vez, o restante seria consequência...


Na verdade, a obra como um todo é marcada por constantes saltos temporais, uma vez que a história engloba a vida de vários personagens (os capítulos não têm um narrador fixo) entre 1954 e 1988.


O tempo estava se contraindo e se expandindo; as gêmeas eram ao mesmo tempo diferentes e as mesmas de sempre.

As mudanças de narrador contribuem para um melhor entendimento de cada um dos personagens, uma vez que permite conhecer o passado/a história de cada um. Isso posto, caro leitor, esteja preparado para se deparar com várias nuances de uma só escrita.


De maneira geral, Brit Bennett nos proporciona uma leitura que aborda temáticas como embranquecimento racial e racismo, violência doméstica, identidade de gênero e, principalmente, vínculos familiares. Não é uma leitura leve e rápida, mas com certeza é um livro que merece/precisa ser lido.


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